terça-feira, 11 de maio de 2010

Texto para dia 13 de maio

Canclini (2003, p. 21) faz a seguinte pergunta, "O que se pode esperar desse enfraquecimento dos Estados nacionais, da impotência dos cidadãos e da recomposição globalizada do poder e da riqueza?" Segundo o texto, discuta as possíveis respostas para essa pergunta.

2 comentários:

  1. Segundo os autores Held e McGrew (2001, p.31):
    O Estado transformou-se numa arena fragmentada de formulação de decisões políticas, permeada por redes transnacionais (governamentais e não governamentais). [...] O vínculo exclusivo entre o território e o poder político rompeu-se. [...] Novas instituições internacionais e transnacionais têm vinculado Estados soberanos e transformado a soberania num exercício compartilhado de poder".
    O processo de globalização age de forma transformadora dentro do sistema politico dos Estados nacionais, tirando-lhes a capacidade de se auto-determinarem economico e socialmente, pois de uma forma ou outra este vinculo determinista esta ligado a fatores de autonomia ideologicas de integração cultural.
    Podemos considerar que a unidade linguistica e a representação cultural local dos cidadãos ajuda a promover a identidade nacional que este povo tem. Com o advento da globalização processos de integração regional e economica cooperam para o rompimento do sentido de continuidade das relacoes sociais, pois novas caracteristicas são introduzidas nesta realidade social, descaracterizando comportamentos tradicionais e culturais.
    A economia tornou-se um modelo imposto de crescimento constante e industrialização agressiva, sendo apresentado desta forma como "o consumo como manifestação de sujeito(s)"(CANCLINI, 2001, p.26), onde o sujeito se reconhece pelos produtos aos quais ele consome, a marca que ele representa, ao meio de comunicação que ele pratica, ao banco ao qual ele está ligado, não temos uma "personalização" como pregadas pelos nossos bancos(Itau e Banco do Brasil), mas sim uma padronização "despersonalizada" de atendimento, ou muitas vezes, de auto atendimento.
    O poder esta tomando a forma monopolizada, assim como a riqueza está sendo detenta por um pequeno grupo que se encontra tambem no poder politico, social e economico.
    A representação social sofre com a incapacidade de uma possivel distinção, de uma nitidez, do que é local e do que é universal.
    Somos o que pensamos ou pensamos sobre o que somos? "Penso, logo sou global, ou penso, logo sou local?"
    Esta é uma pergunta para que possamos refletir

    Ricardo Wobeto

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  2. Antes de tudo, é preciso explicar que a globalização é um processo desigual. Isso significa que, mesmo operando em escala global, pois trata-se, como afirma Steger (2003, p. 13), de um processo que “desenvolve nas pessoas uma consciência crescente das conexões profundas entre o local e o distante”, seus efeitos não recaem sobre todos os países da mesma forma, tanto no que se refere à cultura quanto à economia. Nesse sentido, a globalização se torna, ao mesmo tempo, uma possibilidade de homogeneização e heterogeneização cultural, “mergulhando o mundo em uma tensão criativa e caótica que resulta no que Robertson chamou de glocalização, onde o global está localizado e o local está globalizado” (KUMARAVADIVELU, 2006, p. 134). Por sua vez, esse duplo efeito – que não se restringe à cultura de hábitos, crenças e conhecimentos glocalizados – nos afeta de maneiras distintas, promovendo, assim, grandes desigualdades sociais e econômicas entre os Estados nacionais (CANCLINI, 2003). Como consequência dessas disparidades, somos levados/as a nos questionar sobre os benefícios da globalização (ou glocalização) no mundo pós-moderno, pois, no final das contas, seus efeitos acabam gerando mais descrença do que esperança, mais diferença do que igualdade na base social dos Estados nacionais. Em outras palavras, não há justiça na globalização. Desse modo, fica difícil, por exemplo, pensar em uma espécie de globalização contra-hegemônica, baseada na política de direitos humanos, que pretenda estabelecer uma agenda de desenvolvimento para grupos culturalmente e/ou economicamente marginalizados (GHAI, 2003, p. 22). De acordo com Canclini (2003), esse tipo de globalização que “acirra a concorrência internacional e desestrutura a produção cultural” acaba destruindo ou enfraquecendo “os produtores pouco eficientes e concede às culturas periféricas a possibilidade de se encapsularem em suas tradições locais”.

    Marco Túlio de Urzêda Freitas

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